A Metáfora do Iceberg


A metáfora do iceberg surge no intuito de ilustrar e facilitar a compreensão da primeira teoria do aparelho psíquico criada por Freud para designar as três instancias psíquicas: o consciente, o pré-consciente e o inconsciente.
Se estamos em terra firme observando um iceberg, só é possível enxergar a parte que boia sobre a água e talvez uma parte do gelo que está submerso ou no limite da água. No entanto, existe uma grande parte, geralmente muito maior do que a que se pode enxergar, que está completamente submersa e que só será visível ao mergulharmos grandes profundidades.
De acordo com a teoria freudiana, a ponta do iceberg que está acima do nível da água se denomina “consciente”, que representa todos os conteúdos psíquicos aos quais nós conseguimos acessar com facilidade em determinado momento.
Já o limite entre a parte visível e a parte submersa corresponde ao “pré-consciente”. Nele estão situados conteúdos até então inconscientes, mas que podem vir à consciência, despertados de uma maneira abrupta ou quando há uma pequena demanda de investimento para que sejam revelados.
Por fim, a parte que está completamente submersa é chamada de inconsciente. No inconsciente encontramos os desejos, pulsões, fantasias e instintos primitivos movidos pelo princípio do prazer que precisam ser reprimidos de acordo com os sistemas de valores morais de cada cultura para que os indivíduos possam conviver em sociedade.
Mas também é nele que se encontra todo o emaranhado psíquico de pensamentos, emoções e afetos, principalmente os conteúdos dolorosos, com forte carga afetiva que ameaçam o bom funcionamento do aparelho psíquico e por isso são isolados da consciência e retidos no inconsciente.
É através do processo de análise que o sujeito se dispõe a pensar e junto ao analista mergulhar e desbravar o inconsciente, ressignificando afetos e conteúdos dolorosos para que um dia possam emergir à superfície!